Segunda edição do Yellow Fest traz música alternativa e consciência ambiental à Chapada dos Veadeiro
Nos dias 22 e 23 de julho, acontecerá, na Arena Baleia - Rodovia GO 239, Km 63 (entre Alto Paraíso e São Jorge) -, a segunda edição do Yellow Fest, festival que tem a proposta de incentivar artistas da cena independente de todo o país, principalmente de Brasília, Goiânia e São Paulo.
No ano passado, foram seis noites de festa com a participação de selos musicais importantes, como Criolina (DF), Pilantragi (SP), Mamba Negra (SP), entre outros.
Produzido pela Nebulosa Produções, produtora encabeçada pelas empreendedoras culturais Juliana Nallini e Renata Galletti, que atuam na Chapada dos Veadeiros desde 2012, o Yellow Fest começou pequeno, no ano passado.
A primeira festa foi realizada próximo à vila de São Jorge e contou com cerca de cem pessoas. Mas a repercussão foi tanta que, no último dia, quase mil pessoas decidiram prestigiar o evento. "O festival nasceu ano passado com pouca pretensão de virar o que acabou virando, mas tudo que foi plantado acabou dando muitos frutos", explica Juliana.
Neste ano, bem mais estruturado, o Yellow Fest retorna com uma curadoria sonora cuidadosa e de peso, de responsabilidade do renomado produtor Jorge Sampaio Tupiniquim, que assumiu o posto de diretor musical.
Juliana Nallini e Renata Galletti em ação no YellowFest 2015
O festival é eclético por natureza e a sua segunda edição aposta na fusão da música brasileira, afrobeats, dub, dancehall, groove, funk, entre outros. A marca principal do evento é dar espaço a bandas e artistas independentes que têm algo a dizer. "Nossa missão é abrir espaço pra difusão dos pensamentos alternativos, das vozes não-tradicionais. Essa é a forma que vemos de contribuir para a resistência dos movimentos culturais que sempre sofreram dificuldades e preconceitos", diz Renata.
E o cardápio de atrações deste ano foi muito bem pensado e selecionado. Dentre as bandas que vão se apresentar, destaque para Carne Doce, banda revelação de Goiânia; os meninos da Muntchako, que produz um irreverente som instrumental; e o grupo O PlantaE, cujos integrantes cursam Engenharia Florestal na UnB e, em suas letras, defendem questões ambientais.
Já entre as festas e DJs que também são aguardados pelo público, destaque para os caras do Batidão Sonoro, coletivo de produtores, MCs e DJs do Distrito Federal; o DJ Rodrigo Bento, do Pilantragi, festa que agita as noites paulistanas; as DJs residentes Dé Schw e Gabriela Ubaldo, do festival Órbita, que anima a Casa das Caldeiras, em São Paulo; a DJ Lara Luzuah, que produz o festival Ilumina, na Chapada dos Veadeiros; a festa Criolina, dos DJs Rodrigo Barata, Pezão e Ops, que faz um baita sucesso em Brasília; o DJ Kim Cotrim, da festa Samba do Sol, de São Paulo; e o DJ Kurup, de Brasília, que pesquisa ritmos latinos e mistura tudo num som bem diferente e autoral.
E não é só isso! Nos espaços de convivência, o público também poderá conferir o live painting do artista plástico e tatuador Gabrilândia e as exposições de fotos dos fotógrafos Lucas Hirai, Mel Maurer e Flávio Ferraz. Haverá também dois workshops com projetos sociais e musicais da Chapada dos Veadeiros: Chapa'Da Rima e Maracatu Leão do Cerrado. Ah, sim, e como ninguém é de ferro, a comida fica por conta dos food trucks Chapatti e Cha Matte e do Bistrô Nômade.
Mas não é só de música que se faz um bom festival. A sustentabilidade é também uma das principais preocupações das organizadoras.
"Sabemos que muitas festas destróem o meio ambiente, pois pouco se preocupam com seu impacto. Nossa intenção com o Yellow Fest é justamente a de mostrar como se faz. Queremos transformar a relação entre um evento e o ambiente, pois sabemos que é possível com uma produção cuidadosa. Além disso, acreditamos que eventos culturais devem ser usados como ferramenta de conscientização sempre", diz Renata.
Público na pista no Yellow Fest 2015
Esta preocupação em causar baixo impacto ambiental aparece nos mínimos detalhes na organização do festival. Um exemplo é a montagem do palco, que será todo feito de pallets, graças à parceria firmada com a empresa Brother Woods, que utiliza materiais reciclados em projetos de decoração. Já a Associação Recicle Alto fará o manejo de todo o lixo da festa, que será cuidadosamente separado.
O Yellow Fest também está comprometido com a defesa das causas ambientais da Chapada dos Veadeiros e tem apoiado a luta de instituições politicamente engajadas na região, além de defender importantes bandeiras, como a ampliação do Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros.
Como festival, o Yellow Fest se diferencia dos outros por ser um evento de guerrilha cultural. "Guerrilha pra gente é dar a cara a tapa, é acreditar e fazer acontecer. Uma parte muito grande dos artistas que produzem cultura de qualidade vive sob essa condição. Nada vem de bandeja e seguir em frente apesar de todos os pesares já é vencer", explica Renata.
Público na pista no Yellow Fest 2015 no Raizama
Apesar do cansaço e da correria dos últimos dias para produzir o evento, ela está bastante animada com o que vem por aí. "Esse ano o Yellow Fest vem mostrar para o que veio. Todas as ideologias que foram semeadas no ano passado vêm com mais força nessa edição. O público pode esperar um ambiente todo feito com muito cuidado, artistas transcendentais em um leque de diversidade sonora e, principalmente, muita, mas muita estrela no céu!", garante.
O festival está em sua segunda edição, mas veio pra ficar. "O Yellow Fest é comprometido com a sua continuidade. Entendemos esse comprometimento como básico para a evolução de qualquer evento que se chame de festival. E a Chapada é a casa do Yellow Fest!", diz Juliana.
Como se pode deduzir pelo esforço e o trabalho das meninas, este festival tem tudo para se consolidar no calendário dos grandes eventos culturais da Chapada dos Veadeiros.
Para saber mais sobre os artistas, bandas e parceiros do Yellow Fest e conferir os horários, dias de festa e locais de venda de ingressos, acesse a fan page do festival: